O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva que impõe tarifa de 50% sobre determinados produtos brasileiros. A taxação entrará em vigor no dia 6 de agosto, após adiamento de sete dias — anteriormente, o início estava previsto para 1º de agosto. A medida impacta diretamente setores do agronegócio, com aplicação da tarifa sobre exportações de carne, café e frutas.
A lista de exceções, no entanto, trouxe alívio para parte dos exportadores. Ficaram de fora da nova alíquota itens como suco de laranja, produtos da aviação civil, celulose, petróleo, fertilizantes e alguns componentes mecânicos. No total, 694 produtos brasileiros foram isentos da taxação. A decisão foi tomada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, de 1977.

No texto, a Casa Branca afirma que o governo brasileiro adotou medidas contra empresas americanas, como exigência de censura de conteúdos políticos, entrega de dados de usuários e alterações nas políticas de moderação, sob pena de sanções legais. Também acusa diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ações que teriam violado direitos de liberdade de expressão e prejudicado negócios de empresas dos EUA. O documento cita ainda o caso do jornalista Paulo Figueiredo, processado no Brasil por declarações feitas nos Estados Unidos.
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) manifestou preocupação com os impactos da medida, afirmando que a tarifa fragiliza as relações econômicas bilaterais. Segundo pesquisa feita pela entidade, mais da metade das empresas exportadoras no Brasil estimam perdas superiores a 50% nas vendas aos Estados Unidos. A Amcham defende diálogo entre os governos e alerta que possíveis medidas de retaliação agravariam o cenário, prejudicando investimentos e a imagem do Brasil no exterior.
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