À medida em que se aproximam as eleições majoritárias e proporcionais de 2026, aumentam as articulações, os acordos e as alianças partidárias entre os pré-candidatos, ou seja, a união entre os partidos para fortalecer sua candidatura. Porém, a conjuntura atual parece não ser favorável para as chamadas “chapinhas”.
No Piauí, a substituição do vice-governador na chapa de Rafael Fonteles (PT) agitou o cenário político, gerou grande repercussão e críticas tanto do campo da esquerda quanto de eleitores da direita. Isso, também, impactará nas alianças partidárias, visando à formação das “chapinhas” para eleger candidatos.
Na política brasileira, as alianças partidárias são a associação de partidos com o objetivo de aumentar as chances de vitória. Isto é, unir forças, juntar os recursos financeiros e aumentar as projeções políticas. Elas são frequentes e essenciais para garantir uma série de vantagens, como a sobrevivência de pequenos partidos, além de impulsionar as candidaturas e facilitar a governança, buscando novos espaços nos governos.
Na atual conjuntura, as chances de sucesso das “chapinhas” são mínimas, pois os deputados de mandatos da base do governo, principalmente do PT, estão estruturados financeira e politicamente, para garantir a reeleição. Isso dificulta, e muito, a aposta das “chapinhas” na estratégia de votos concentrados para eleger até três parlamentares. Ainda mais difícil para os novos candidatos (e os aventureiros) viabilizar uma eleição com, por exemplo, 20 mil votos.
Assim, diferente das eleições de 2022, as de 2026 pode marcar o fim das “chapinhas”, restando como opção aos pequenos partidos a estratégia de firmar apoio aos pré-candidatos de mandatos em troca de parcerias nas eleições municipais – caso não seja aprovada a emenda do fim do mundo ou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 12/2022), que prevê o fim da reeleição para cargos do Poder Executivo e a unificação das eleições.
Desse modo, na conjuntura atual, vislumbra-se o fim das “chapinhas” porque, além da expressiva força política e financeira dos deputados governistas na base aliada, muitos partidos pequenos não irão lançar chapa própria em 2026. A maioria desses partidos não possui identidade social e ideológica, o que representa não somente a fragmentação partidária, mas, também, do próprio sistema político brasileiro.
Dentro desse contexto, ainda não há uma pré-candidatura de oposição que possa fazer frente à reeleição de Rafael Fonteles (PT). Isto favorece, também, os pré-candidatos de mandatos da base aliada governista e, principalmente, é mais um fator limitante ao sucesso das “chapinhas” – além da falta de estrutura política e financeira para disputar uma eleição estadual com tantas facetas.
Assim, considerando os fatores conjunturais para o fim das “chapinhas”, será mais viável à sobrevivência dos partidos pequenos se alinharem, em 2026, aos pré-candidatos de mandatos da base aliada governista – estaduais e federais – nos dez maiores colégios eleitorais do estado, visando o apoio nas próximas eleições municipais.
Nesse cenário, em particular os pré-candidatos de mandatos do PT, do MDB e do PSD podem se unirem com os suplentes, prefeitos e vereadores para, além de assegurarem a própria reeleição e de Rafael Fonteles (PT), de garantir as duas vagas no Senado à chapa majoritária, “puxar” mais pré-candidatos aliados, visando uma gestão coletiva, a unidade partidária e o fortalecimento das bancadas no Piauí – estadual e federal.
Portanto, na perspectiva atual, se vislumbra o fim das “chapinhas”, onde os pequenos partidos devem se articular com as suas bases e se comprometer com a reeleição de Rafael Fonteles e Lula.
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