Quinta, 31 de julho de 2025, 14:14
FACHADA

Esquema de corrupção investigado no DF movimentou milhões através de supermercado no Piauí

Ministério Público aponta que esquema envolvia empresas de fachada e movimentou milhões em contas bancárias.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investiga um suposto esquema de corrupção que teria transformado a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) em um centro de distribuição de propina. No epicentro das apurações está o servidor Francisco José da Costa, acusado de liderar uma organização criminosa com apoio de familiares residentes no Piauí e aliados políticos.

  

Supermercado. 

   

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o servidor utilizava um núcleo familiar e empresarial para ocultar movimentações financeiras. Suas irmãs, Emilene Ferreira da Costa e Maria Emília Neta do Nascimento, moradoras do município de Batalha (PI), são apontadas como operadoras financeiras do grupo, tendo movimentado pelo menos R$ 935 mil em repasses a outros servidores investigados.

Além delas, a esposa de Francisco, Maria Bernadete Machado, também aparece nas investigações. Dona do supermercado O De Casa, em Batalha, ela teria cedido as contas bancárias da empresa para intermediar depósitos de origem suspeita. Relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mostram que as contas do supermercado receberam mais de R$ 7,4 milhões em depósitos em espécie, volume considerado incompatível com o porte comercial da empresa e com o perfil econômico da cidade, que possui apenas 26 mil habitantes.

Mensagens interceptadas pelo Gaeco indicam que Francisco José controlava pessoalmente as transferências, dando ordens diretas às irmãs e exigindo discrição. Em uma das conversas, ele repreende uma delas por citar nomes de envolvidos nas mensagens e determina o repasse imediato de R$ 10 mil.

A investigação aponta que o esquema pode ultrapassar os limites da Novacap, envolvendo empresários e outros servidores públicos. Os investigadores apuram ainda se houve fraude em contratos e desvio de recursos da companhia, que é responsável por obras de infraestrutura na capital federal.

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