A defesa da vereadora Tatiana Medeiros voltou a contestar, nesta sexta-feira (28), as medidas cautelares impostas pela Justiça, após o depoimento da parlamentar na audiência de instrução. Segundo o advogado Edson Araújo, o relato da vereadora foi decisivo para esclarecer os pontos levantados na acusação. “Ela narrou toda a história dela e produziu assim toda a verdade que tem que ser colocada”, afirmou o defensor, ao destacar que não há fundamento para a suspeita de ligação com facção criminosa.

Durante o depoimento, Tatiana confirmou que manteve um relacionamento de cinco meses com Alandilson Cardoso, preso em 2024 durante uma operação que investigava lavagem de dinheiro atribuída ao Bonde dos 40. A investigação aponta que cerca de R$ 2 milhões teriam sido usados na campanha eleitoral dela, valor identificado em transferências bancárias. A defesa, porém, considera incorreta a suspeita de envolvimento da vereadora com facção rival à que atua na região. “Não existe ligação da Tatiana Medeiros com facção criminosa. Essa narrativa não faz sentido”, disse Araújo.

 

Edson Araújo, advogado de Tatiana Medeiros Reprodução/Portal Clube News

   

O advogado também voltou a criticar as medidas cautelares aplicadas à vereadora. Ele afirmou que Tatiana nunca apresentou sinais de que poderia fugir ou prejudicar o andamento do processo. “A vereadora nunca apresentou nenhum indício de que ia fugir, nunca atrapalhou o processo e nunca ameaçou ninguém. Não havia motivos para essas cautelares”, afirmou Araújo. Ele também contestou o fechamento da ONG mantida pela parlamentar. “Como se fecha um instituto que atendia 700 crianças? Centenas de cestas estragaram. Aquilo é o trabalho da vida dela”, disse.

Com o fim da fase de depoimentos, a defesa deve revisar o conjunto de provas para decidir os próximos passos. Araújo afirmou que novas diligências podem ser solicitadas, dependendo da análise dos documentos. “Quando acabar a instrução, temos alguns dias para avaliar. O normal é surgirem novas provas daquele conjunto”, explicou o advogado. Ao todo, 65 pessoas já foram ouvidas no processo, e outras três ainda devem prestar depoimento diante do colegiado presidido pela juíza Júnia Feitosa.