A ex-chefe de gabinete do ex-prefeito de Teresina, Suelene Pessoa, conhecida como Sol Pessoa, deve deixar a prisão neste fim de semana, quando se encerra o prazo de cinco dias de sua prisão preventiva. Uma fonte próxima à investigação informaram ao colunista que o delegado Ferdinando Martins, coordenador do Deccor, não deve solicitar a renovação da medida.

Segundo apurado, Sol está abalada emocionalmente e tem colaborado com as investigações da Operação “Gabinete de Ouro”, deflagrada pela Polícia Civil na última terça-feira (14). A expectativa é de que, em liberdade, ela possa prestar novos esclarecimentos com mais tranquilidade.
De acordo com uma fonte próxima ao advogado de Sol, ela manifestou disposição em contribuir com as apurações e poderá negociar uma delação premiada. Informações recebidas pela colunam indicam que, caso o acordo seja selado, a delação pode comprometer o nome de nove vereadores com mandato, quatro ex-vereadores e quatro suplentes.
O advogado de defesa, Djalma Filho, afirmou que ainda não há decisão sobre uma eventual colaboração premiada, mas confirmou que sua cliente tem respondido aos questionamentos da polícia.
“Colaborar, neste momento, é responder aos questionamentos do delegado e esclarecer o que for possível. Uma eventual colaboração premiada seria avaliada adiante, com a presença do Ministério Público, se for o caso”, afirmou.
Segundo o advogado, o depoimento de Sol foi “esclarecedor em alguns pontos e ambíguo em outros”, mas garantiu que ela procurou “falar a verdade”.
Nos bastidores, a possível delação de Sol tem causado apreensão entre parlamentares e ex-assessores, já que ela teria guardado áudios, prints e documentos que comprovariam a existência de um esquema de nomeações irregulares e movimentações financeiras suspeitas.
A operação
A Operação “Gabinete de Ouro” levou à prisão temporária de quatro pessoas: Suelene da Cruz Pessoa (Sol), o servidor público Rafael Thiago, o servidor terceirizado Mauro José e o empresário Marcus Almeida.
As investigações apontam que Sol coordenava o esquema de nomeações de servidores comissionados e terceirizados, além de controlar pagamentos a fornecedores. Parte dos valores desviados teria sido usada na compra de imóveis.
De acordo com o delegado Ferdinando Martins, o esquema foi identificado após o Coaf apontar movimentações financeiras atípicas.
“O volume transacionado foi tão grande que o Coaf sinalizou irregularidades, o que levou à abertura da investigação”, explicou.
A Polícia Civil reforçou que, até o momento, não há indícios de envolvimento do ex-prefeito Dr. Pessoa nas irregularidades investigadas.

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